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Susana Pinto

À conversa com: Hugo Sousa Films – filmes de casamento

Hoje conversamos com Hugo Sousa Films – filmes de casamento.

O Hugo Sousa é fornecedor seleccionado Simplesmente Branco há pouco tempo. Iniciámos a nossa conversa com um pedido de publicação de uma série de filmes de casamento no We are The Destination, e prestámos atenção ao seu portfolio: bonito, discreto, emocional. Conhecemo-nos pessoalmente de raspão, em Março num evento, e conversámos um pouco.

Esta entrevista confirma a primeira impressão e abre a porta, de uma forma honesta e tranquila, transparente, para a visão do Hugo Sousa sobre o seu ofício, a sua função na narrativa do casamento e a sua visão sobre o mais bonito dos dias. E digo-vos, gostei muito de o conhecer.

Fiquem a conhecê-lo, também. Vão gostar, tenho a certeza!

 

Ponho sempre a emoção, o “feeling” geral do dia à frente do próprio storytelling.

 

Conte-nos um pouco da sua viagem profissional até aqui, ao video de casamento.

Tive uma adolescência pouco convencional. Talvez um pouco complicada, e percebi que tinha na música uma forma de expressão. E assim, nessa altura teria já assimilado que de alguma forma estaria ligado às artes.

Em 2005, comecei por tirar um curso de som, que na altura encarei como um erro mas que hoje reconheço alguma utilidade prática e de seguida, em 2006, tirei um curso de pós-produção audiovisual que adorei. Viajei com a minha namorada – hoje estamos juntos e temos 2 filhos, o Manuel e a Olívia – para Edimburgo, com o objetivo de alargar horizontes onde estivemos um ano.

Quando regressámos, iniciei a minha “carreira” de videógrafo editando e filmando um pouco de tudo, desde casamentos a videos promocionais para empresas, eventos e videoclips. Por volta de 2010 e 2014 trabalhei como editor de imagem na SIC, mas despedi-me para experimentar uma produtora de publicidade como videógrafo – Zoe Films. Entretanto, na qualidade de realizador abri uma empresa. Na altura, fizémos imensas coisas, publicidade, eventos, promocionais… Mas a verdade é que ao contrário dos filmes de casamento, isto não me preenchia artisticamente. E assim foi, decidido a seguir a minha paixão, larguei a empresa e praticamente todos os clientes que tinha do mundo corporativo para investir na minha marca de filmes de casamento, Hugo Sousa Films.

 

Há quanto tempo filma? E porquê casamentos?

Como o tempo passa! Enquanto respondia à pergunta anterior, apercebi-me que já lá vão 12 anos. Mas casamentos em particular, não contando com as primeiras experiências mais esporádicas, há cerca de cinco anos.

Sinto-me que é um privilégio de fazer parte do dia e ter a responsabilidade de lhes dar o vídeo de casamento, pois penso sempre na importância que tem quando é entregue, e que terá depois, passados vinte anos.

Porque temos liberdade artística (faço questão), porque é divertido, viajamos e fazemos amigos. Porque testemunhamos emoções verdadeiras. Aqui não digo “corta” e repetimos. Documento o que acontece, da forma que eu vejo e processo na câmara.

Para qualquer fotógrafo ou videógrafo, o ambiente de casamento pode ser bastante caótico e para mim isso é desafiante: no meio desse caos, conseguir, sem condicionar demasiado os noivos e os seus convidados, um filme artístico, em que se revejam e de que se orgulhem.

 

Como construíu a sua assinatura, o seu ponto de vista? Como é que o define?

De uma forma mais ou menos consciente, tudo moldou a forma como vejo e interpreto o mundo e as pessoas. Toda a minha vivência desde criança até aos dias de hoje, a minha educação em casa e na escola. A minha sensibilidade inata e a adquirida, tal como a experiência profissional que tive até hoje, moldaram aquilo a que eu chamei a Hugo Sousa Films. Este ponto de vista não é estático, mas evolui constantemente. Não apenas na forma como vejo a acção no dia do casamento, a interpreto e depois processo na edição (resultando no filme), mas também toda a bagagem visual adquirida que nos acaba por condicionar nas milhares de escolhas que fazemos até chegar ao resultado final.

Definir-me enquanto marca, não é de todo um exercício fácil, na medida em que, está aqui muito de nós a todos os níveis. Prefiro sempre que sejam os outros a fazê-lo. Mas penso que tenho uma videografia documental, descontraída, mas ao mesmo tempo intensa e com uma abordagem cinematográfica. Ponho sempre a emoção, o “feeling” geral do dia à frente do próprio storytelling.

 

 

Num casamento, para onde olha, o que lhe prende a atenção? O que procura?

A filmar tento sempre ser objetivo a nível técnico e intuitivo a nível artístico. E com a experiência, começamos a perceber onde e quando as coisas normalmente acontecem. Procuro sempre, em primeiro lugar, a acção. Por exemplo, das interacções muitas vezes resultam abraços, risos, as brincadeiras típicas na preparação dos noivos, as pessoas emocionam-se. Há que estar atento às pessoas! Planos de localização e de pormenores nunca são demais. Também procuro frequentemente linhas e sombras e, sempre que possível, procuro retratos dos noivos. Gosto quando olham diretamente para a lente. Passa-se sempre qualquer coisa.

No fundo, procuro tudo aquilo que acho que acrescenta ao filme.

 

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vai buscar inspiração?

É impressionante a velocidade a que as coisas evoluem e a quantidade de trabalho que aparece diariamente nas diferentes plataformas. Apesar disso, tento fazer com que esta torrente de informação me seja útil. É preciso fazer uma boa curadoria e ir beber aos sítios onde mais nos revemos na sua forma de expressão, sem nunca esquecer a minha intuição e individualidade. Mas é muito mais do que isso: nas sessões de inspiração podemos experimentar e descobrir coisas novas, e isso também acontece em conversas com amigos, no cinema, videoclips, fotografia e, claro, a um nível menos consciente, na bagagem visual que se adquire ao longo do tempo.

 

Quando precisa de fazer reset, para onde olha, o que faz?

Isso acontece-me com frequência no processo de edição. É-me particularmente difícil o início, e é aí que preciso do tal reset. Não é necessário muito tempo: faço coisas básicas! É verdade! Vou ter com amigos, ver televisão, andar ou correr para descomprimir.

 


Qual é o seu processo de trabalho, como acontece a ligação ao cliente?

Há todo um trabalho desenvolvido para que a ligação com o cliente seja facilitada. Isto é, o trabalho de promoção nas redes sociais, os filmes, quer sejam casamentos reais ou sessões de inspiração, que são publicados tanto nas minhas plataformas ou em blogs de casamentos, como o Simplesmente Branco, e, claro, o site.

Mas também acontece muito o cliente chegar até mim através da recomendação de fotógrafos, amigos, ou de outros noivos com que tenha trabalhado anteriormente.

Tudo isto num todo, acaba por comunicar a marca. E o feedback que tenho tido de muitos clientes ou potenciais clientes, é que quando se cruzam com o meu trabalho, se revêem e sentem que gostariam de ver o seu casamento representado sob esta interpretação. E eu encaro isto como um grande elogio, é claro!

O processo é o mais simples e transparente possível. Depois do primeiro contacto, que normalmente é feito por email através do formulário do site, marcamos uma reunião preferencialmente presencial, para que nos possamos conhecer um pouco melhor, explico-lhes o meu método de trabalho e a minha abordagem no dia do casamento e esclarecemos dúvidas. Depois disso, segue-se por vezes uma sessão, o casamento e a entrega do trabalho terminado.

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gosta de registar?

Independentemente do tipo de casamento, o que me dá mais gozo é quando sinto que é autêntico, que há amor entre todos e que os noivos estão a ter o dia que sonharam e a viver o presente. E isso sente-se em tudo.

Para mim um bom casamento é o que tem uma cerimónia emotiva, seguida de uma festa de arromba. O que se pode pedir mais? Uma boa sessão, claro!

Das coisas que mais gosto de ver no dia do casamento, são os momentos de cumplicidade, alguns bastante emotivos entre os noivos e/ou amigos, como se no dia do casamento nada mais existisse e isso pode acontecer em casamentos grandes ou pequenos, nacionais ou estrangeiros.

 

Qual é a melhor parte de ser videógrafo de casamentos? E o mais desafiante e difícil?

“Qual é a melhor parte de ser videógrafo de casamentos”… Essa é uma questão que já surgiu em conversa com amigos do ramo, várias vezes, e a primeira coisa que dizemos em voz alta é: o estilo de vida. O controlo do nosso tempo e da forma como o gerimos. Durante os anos em que trabalhei para outras produtoras, sempre senti que não tinha esse controlo, mas hoje sinto que tenho mais liberdade. Não fico refém de rotinas impostas. As viagens também são um grande privilégio, principalmente quando vamos bem acompanhados, passamos experiências inesquecíveis. Há viagens que nunca esquecerei.

Mas estas razões são insuficientes. Para mim a melhor parte de ser videógrafo de casamentos, é o propósito que ganhamos naquilo que fazemos. É  podermos ser criativos sem o peso corporativo por trás. É saber que o nosso trabalho, nosso esforço e talento, em vez de se transformar num produto comercial provavelmente com um prazo de validade muito curto, se vai traduzir em algo único para aquelas pessoas.

É aqui que entra a parte desafiante: tenho sempre a necessidade de criar uma imagem própria dos noivos e do casamento em geral. Essa imagem começa a ser criada na primeira reunião e termina no final do dia do casamento. O que imponho a mim mesmo, é criar um filme com a minha visão e que, ao mesmo tempo, os represente.

Difícil é gerir o negócio. É garantir uma comunicação consistente, responder a todos os emails atempadamente, garantir que todas as entregas são feitas dentro dos prazos acordados, gerir o site, gerir a contabilidade, gerir outras pessoas. E quando não sabemos como fazer, aprendemos, como sempre!

 

 

Escolha um filme favorito do seu portfolio e conte-nos porquê:

 Posso passar esta pergunta?! Não?

Tenho vários preferidos! Mas posso afirmar que o casamento da Liza e do Nick me encheu as medidas, em todos os sentidos. Os noivos de origem Asiática a e viver nos EUA, passaram boa parte do ano a viajar e decidiram casar no Areias do Seixo, reunindo a família e amigos mais próximos num grupo de 50 pessoas.

Foi um casamento lindo, cheio de emoção. Os noivos super carinhosos mas sem serem demasiado melosos, trocaram votos num first look só para nós. Durante todo o dia, num ambiente bonito e festivo, os amigos e família também lhes fizeram dedicatórias espontâneas que tornavam a tarefa de conter as lágrimas completamente impossível! Todos queriam demostrar o seu carinho e viver uma festa incrível!

 

 

Os contactos detalhados de Hugo Sousa Films estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de filmes bonitos, e contactem o Hugo Sousa directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

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