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Susana Pinto

À conversa com: Adriana Morais – fotografia de casamento

E regressamos às conversas demoradas com os fornecedores seleccionados do Simplesmente Branco. Hoje sentamo-nos com a Adriana Morais, fotógrafa de casamento, para percebermos para onde olha, como olha, o que escolhe guardar do vosso dia, e como é que tudo isto acontece.

A melhor parte é mesmo a herança visual que deixo a uma família. Isso para mim não tem valor. Daqui a 50 anos os familiares dos noivos verão as fotografias e conseguirão entender quem eram as pessoas e quais as histórias daqueles momentos, através das minhas fotografias e do meu olhar.

 

 

 

 

Há quanto tempo fotografas? E porquê casamentos?

Nunca sei bem responder à primeira pergunta. A verdade é que me lembro de ter a minha primeira câmera logo na Escola Primária (ainda a tenho). Foi uma oferta dos meus pais no Natal e vinha com um livro onde a personagem principal era um crocodilo que ajudava os miúdos a tirar fotografias. Ensinava as coisas básicas, como enquadramentos e mudar de rolo. Formei-me na Faculdade de Belas-Artes em Arte e Multimédia – Fotografia. Comecei a viver apenas da fotografia em 2012, mas sempre trabalhei nessa área. Os casamentos surgiram um bocadinho por acaso, fotografei o meu primeiro casamento ainda na faculdade, como assistente de um fotógrafo à antiga.  Fiz um estágio em Moda e Publicidade, e outro em Fotojornalismo. Estava certa que a minha paixão era a fotografia, mas ainda não sabia bem em que área. Comecei a conhecer excelentes trabalhos de fotografia de casamento e pensei: “afinal posso fazer coisas bem giras nesta área”. Comecei a fotografar casamentos de amigos e amigos de amigos e a coisa foi crescendo e tornando-se profissional. Entretanto, já passaram 5 anos. Hoje não me vejo a fazer outra coisa. Enquanto aguentar o peso das câmeras, não vou parar de fotografar. Quando estou a fotografar casamentos não sinto frio, fome ou cansaço. Tudo está bem e eu estou feliz!

 

Nestes tempos globais, em que as imagens circulam a uma velocidade vertiginosa e todos temos acesso a tudo, a qualquer hora, onde vais buscar inspiração?

O Instagram acaba por ser uma grande ajuda, passo algum tempo nesse mundo, a conhecer o trabalho de outros fotógrafos. Mas é muito importante olhar para os clássicos, o que ficou para a história. Muita da minha inspiração vem daí. Sinto-me uma sortuda porque, desde muito pequenina, a minha família ajudou-me a construir uma boa cultura visual. A minha mãe é professora de História de Arte, o meu pai é professor de Filosofia e Estética e o meu avô apresentava desenhos animados de um mundo mais alternativo na televisão. Esta herança familiar ajudou-me a crescer. Vou também buscar muita da minha inspiração ao cinema – adoro o Kubrick e o Tarkovsky – e à pintura Pré-Rafaelita e ao Impressionismo. Sempre achei curiosa a minha forte ligação com o Impressionismo, porque ele aparece como oposição à fotografia. Quando a pintura deixa de ter o papel de recriar a realidade (a fotografia ocupou esse lugar), a pintura tinha que se diferenciar do real. Na fotografia, eu também procuro essa distância do real. Gosto de fotografias desfocadas, com muito grão, muito orgânicas, como a ideia de um sonho.

 

Como construíste essa tua assinatura, como te defines?

A minha assinatura foi desenvolvida através dessa minha cultura visual e, claro, indo buscar inspiração a outros colegas da área. Daqui para a frente, quero tentar diferenciar-me ainda mais. O objectivo é que as pessoas olhem para as minhas fotografias e percebam logo que são minhas. Acho que não há muitas pessoas a conseguirem fazer isso.

 

Achas que o ponto de vista feminino, os detalhes que escolhes fotografar e como o fazes, a narrativa que constróis, é diferente das escolhas que vês num trabalho de um profissional masculino?

Acho que sou uma romântica de lágrima fácil. Não sei se isso tem ou não a ver com um olhar feminino, mas adoro fotografar detalhes e, em casamentos onde foi dedicado muito tempo a criar pormenores únicos e que revelem a personalidade dos noivos, eu gosto de apanhar esses apontamentos. Claro que também existem fotógrafos masculinos com esse tipo de olhar e imensas fotografias lindíssimas de detalhes. Acho é que não há muitos a fazê-lo bem.

 

 

 

Casamento rústico na Quinta do Hespanol, com fotografia de Adriana Morais

 

Quando precisas de fazer reset, para onde olhas, o que fazes?

Passear, viajar é o melhor reset que posso fazer. Quando não há tempo, gosto muito de ler a revista Flow, ajuda-me muito em termos criativos. Viagens longas é única forma de desligar 90% do trabalho. Nunca desligo a 100%, porque durante as viagens acabo por ter muitas ideias que quero implementar no meu trabalho.

 

O mundo em Lisboa ou Portugal de lés-a-lés: fotografar estrangeiros é diferente de fotografar casamentos nacionais?

Mais do que a nacionalidade dos noivos, o que eu valorizo é quem tenha a coragem de fazer um casamento à sua maneira. Por vezes, ainda continuamos a fazer o casamento para os outros e a tomar decisões com a ideia de que não se pode inovar num casamento e que há regras a cumprir. Na minha opinião, o casamento é a festa dos noivos e tem que ser feita à maneira deles. Uma festa que mostre a personalidade deles, especialmente na cerimónia. A informalidade é mais comum em países mais recentes (como os EUA), mas há cada vez mais casais portugueses a procurarem escapar aos modelos mais tradicionais.

 

Qual é o teu processo de trabalho, como acontece a ligação com os teus clientes?

Normalmente começa com um email e é sempre obrigatório uma conversa no meu escritório ou por skype. Antes do casal se tornar meu cliente é importante entender as expectativas deles e se eu sou a pessoa certa para cristalizar as memórias de um dia importante. Mas a comunicação não se deve esgotar quando sou contratada. Gosto muito de conversar com os “meus noivos” para permitir que no dia do casamento eu não seja uma estranha que passa mais tempo com eles dos que os próprios pais. Além disso, tendo assistido a tantos casamentos, também sinto a necessidade de lhes explicar algumas coisas que de certeza que irão enfrentar no dia do casamento. Muitas delas nem têm nada a ver com fotografia.

 

Casamentos grandes ou pequeninos, nacionais ou estrangeiros, cerimónias emotivas, festas de arromba – qual é o tipo de festa que mais gostas de fotografar?

Gosto de casamentos emotivos, de casais apaixonados e despreocupados, que sejam únicos e cheios de personalidade. Normalmente, isto acaba por acontecer mais em casamentos com poucos convidados (ou sem nenhuns, como um elopement) e com um perfil mais intimista.

 

 

 

 

Qual é a melhor parte de ser um fotógrafo de casamento? E o mais desafiante e difícil?

A melhor parte é mesmo a herança visual que deixo a uma família. Isso para mim não tem valor. Daqui a 50 anos os familiares dos noivos verão as fotografias e conseguirão entender quem eram as pessoas e quais as histórias daqueles momentos, através das minhas fotografias e do meu olhar.

O mais desafiante não tem tanto a ver com a fotografia, mas sim  com tudo o que envolve gerir uma empresa: contabilidade, assuntos administrativos, marketing, gestão de redes sociais e gestão do tempo. Grande parte do meu trabalho acaba por não ter uma relação directa com a fotografia e gostava muito de mudar isso. Ser apenas responsável por fotografar e por fazer toda a comunicação directa com o cliente.

 

Escolhe uma imagem favorita do teu portfolio e conta-nos porquê:

Não é tarefa fácil, e, provavelmente, daqui a um ano já vai ser outra. Mas neste momento adoro a saída da cerimónia da Ilka e do Mateus. Um casal brasileiro que renovou 10 anos de votos em Portugal. Foi uma renovação, mas parecia um casamento. A Ilka e o Mateus vivem em Brasília e já têm dois filhotes. Ela foi comprar o vestido a Nova Iorque e renovaram os votos no Alentejo.

Foi uma cerimónia linda, super emotiva (todas as pessoas estavam a chorar, os noivos, os convidados, eu, os videografos e até as wedding planners). Foi como estar dentro de um filme. Estava tudo um sonho, da decoração aos “noivos” muito descontraídos. Foi um dia muito especial e esta fotografia só aconteceu porque eles eram muito apaixonados e porque havia uma excelente equipa a trabalhar. Um detalhe engraçado é que o apelido deles é Oliveira, os noivos quiseram renovar os votos junto a oliveiras, a coroa dela é de folhas de oliveira e os convidados estão a atirar folhas de oliveira.

 

Adriana Morais fotografia de casamento

 

Os contactos detalhados da Adriana Morais estão na sua ficha de fornecedor. Espreitem a galeria, feita de belas imagens, e contactem a Adriana directamente através do formulário: é só preencher com os vossos dados e mensagem, e na volta do correio, terão uma resposta simpática.

 

Acompanhem estas nossas conversas longas com fornecedores seleccionados Simplesmente Branco, sempre à quarta-feira!

 

Susana Pinto

Bolo dos noivos, sapatos de noiva e um belo bouquet: um trio perfeito!

Regressamos ao nosso trio de sugestões inspiradas para o bolo dos noivos, bouquet de noiva e sapatos de noiva, desta vez já de olho no Outono que virá.

Comecemos pelos sapatos de noiva prateados: giros!

Eu sempre fui fã de sapatos de presilha, têm um permanente ar de menina que me fazem sorrir. Estes, prateados, rasos e bicudos, são muito modernos. As pontas prateadas a assomar por vaixo das rendas não deixam adivinhar que são baixinhos e confortáveis, o que é um plus interessante… já para dançar toda a noite, melhor é difícil!

Em sintonia, um bolo dos noivos que é também clássico e moderno ao mesmo tempo (estas dicotomias são sempre tão inspiradoras…!):  dois andares de bolo coberto de creme, com decoração abstracta feita de fios de caramelo crocante. Original, não acham?

Fechamos o trio da semana com um bouquet de noiva também vagamente esquisito, primeiro, mas cativante, a seguir: é feito de cardos e folhagem de tons acizentados, verdes e vermelhos escuros… É um pouco misterioso e soturno, mas intrigante: queremos descobrir os detalhes de que é feito e para isso, é necessário prestar-lhe atenção, namorá-lo…

 

Bolo dos noivos com cobertura de creme

 

Sapatos de noiva prateados, rasos

 

Bouquet de noiva orgânico e diferente

 

O vosso casamento de outono pode ser assim, misterioso: cores metálicas, formas abstractas e folhagem da floresta. Gostam?

De cima para baixo, bolo dos noivos com cobertura de creme e decoração abstracta com fio de caramelo, de Tessa Pinner, via Chris Isham; sapatos de noiva prateados, rasos, da Mango, por 25,99 euros; bouquet de noiva selvagem com cardos e folhagem, de Silvia’s Plant Place, via Wedding Chicks.

 

Para acompanhar estes nossos trios perfeitos que publicamos todos os domingos, basta que sigam as nossas etiquetas (a partir da homepage) ou aqui no topo do artigo: sapatos e sunday shoes; cake! e bolo; bouquet e um belo bouquet.

Bom domingo!

 

Susana Pinto

Revista de noivas #31: Wedding Vibes

E fechamos a silly season!

Amanhã regressamos ao nosso calendário, de cabeça fresca, boas cores e energia renovada.

E vocês? Estiveram por estes dias a banhos, casaram entretanto, ou estão mesmo quase, quase a chegar ao mais bonito dos vossos dias?

Espero que esta lufada de inspiração diária, vinda dos quatro cantos do mundo, vos tenha sabido realmente bem, e feito companhia nos longos dias de calor.

Fechamos o lote de trinta e uma revistas de noivas em formato digital, com a russa Wedding Vibes: luxo é o seu nome do meio!

 

Susana Pinto

Revista de noivas #30: Mandala Weddings

Em estreia, e de forma gloriosa, trago-vos a primeiríssima edição da Mandala Weddings, uma revista de noivas de inspiração indiana contemporânea.

A capa é belíssima, e o interior é um exagero de bom: cores, decoração, guarda-roupa, estilo e acessórios, sempre com uma abordagem moderna a tudo o que é tradicional e empolgante nestes casamentos épicos.

Luxo, cor, over the top, vestidos incríveis, tudo e ainda mais: uma maravilha!

 

Susana Pinto

Revista de noivas #29: Love My Dress

O blog inglês Love My Dress, que só publica coisas bonitas, edita uma revista de noivas anual onde re-publica o melhor que por lá passou.

Ou seja, a nata da nata!

É isso que vos trago hoje, para a beira da piscina: 144 páginas de conteúdo bom, muitos vestidos de noiva escolhidos a dedo, e uma capa que explica tudo o que lá vem dentro.

É abrir em full screen e escolher uma sombra para relaxar!

 

Susana Pinto

Revista de noivas #28: Dear Gray Magazine

Não é uma bela capa?

Hoje, a revista de noivas que vos trago para folhear, é a Dear Gray Magazine.

Vem cheia de coisas bonitas e tem uma estrutura muito interessante, porque vem muito arrumada, em vez de ter os assuntos sortidos e misturados: Engagements, Bridal Inspiration, Boudoir, Wedding Inspiration e Real Weddings. Esta edição foca-se também nos fazedores de sonhos: wedding planners, decoradores, apresentados no capítulo VI, Creative Corner.

Enjoy, full screen!

Susana Pinto

Revista de noivas #27: The Wedding Notebook October

Da Malásia, a revista de noivas mais europeia (ou americana) que possam imaginar: The Wedding Notebook.

E senão acreditam,  é só folhear e ver os casamentos que por aqui estão, que também poderiam estar no Style me Pretty ou no Simplesmente Branco, Java transformada no Colorado, ou algo assim parecido: bonitos, românticos, com a paleta de cores mais clássica e trendy do momento: nude, cobre e muita folhagem verde. A globalização faz isto, cabe-nos a nós decidir se queremos isso ou não, se queremos igual ou diferente, se nos queremos a nós ou aos outros.

Vamos ver?